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domingo, 14 de outubro de 2012

Marisa é punida por contestar lista do trabalho escravo


Ontem duas compas fizeram uma panfletagem na frente da loja Marisa para denunciar as práticas de trabalho escravo de imigrantes em fábricas ligadas diretamente a essa rede comercial. A panfletagem foi interessante porque o movimento nas lojas anda muito intenso por conta do natal.
panfleto
panfleto
Postamos aqui no CMI para contar pra vocês que fizemos essa ação informativa e incentivamos que ações sejam feitas em outras cidades do país.

Mais manifestações já foram feitas em outros lugares e planejamos outras mais incisivas aqui em Floripa.

Segue o texto do panfleto e seu anexo para a distribuição em outros lugares:



Escravidão de imigrantes é flagrada em oficina ligada à Marisa

A ligação entre o trabalho escravo de imigrantes sul-americanos e a Marisa, uma das maiores redes varejistas do país, foi atestada por um novo rastreamento de cadeia produtiva do setor de confecções.

No sobrado da Igreja "Boas Novas de Alegria" localizado na Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte da capital paulista, a fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP) encontrou 16 pessoas de nacionalidade boliviana (uma delas com menos de 18 anos) e um jovem peruano trabalhando em condições análogas à escravidão na fabricação de peças de vestuário feminino para a Marisa.

Nenhum dos trabalhadores que pilotavam as máquinas de costura tinha Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) assinada. Todos manejavam peças de um lote da Marisa. A etiquetagem com a marca (veja foto ao lado) era inclusive feita no local.

Foram apreendidos cadernos com anotações que remetem diretamente a cobranças ilegais de passagens da Bolívia para o Brasil, a "taxas" não permitidas de despesas designadas com termos como "fronteira" e "documentos" ? o que, segundo a fiscalização, consiste em "fortes indícios de tráfico de pessoas" -, ao endividamento por meio de vales e a descontos indevidos nos salários.

Vários problemas graves no campo de saúde e segurança do trabalho também foram detectados. As instalações elétricas estavam completamente irregulares. Os extintores, com a carga vencida, ficavam ao lado de tecidos amontoados, com alto risco de incêndio, Cadeiras não respeitavam padrões mínimos de qualidade. Uma criança, filha de uma das operárias, estava exposta a acidentes com o maquinário.

As jornadas de trabalho começavam às 7h e chegavam a se estender até às 21h. Nos sábados, o turno transcorria das 7h às 12h, com o restante do fim de semana livre, conforme depoimentos colhidos pela Repórter Brasil, que acompanhou a fiscalização in loco. As refeições eram feitas de modo improvisado nos fundos do mesmo cortiço que abrigava a oficina.

Registros dos cadernos apreendidos ajudam a desvendar, porém, os reais beneficiários do empenho dos imigrantes sul-americanos. Anotações mostram que os trabalhadores recebiam míseros R$ 1,33 por peça.

Fonte:http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2010/12/482745.shtml

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